Oficina “Contato: encontro entre arte, palavra e escuta”

Daniella D’Andrea ministrou a oficina “Contato: encontro entre arte, palavra e escuta”, destinada a educadores, produtores e colaboradores do Aprendiz Musical

Nesta segunda-feira (28), aconteceu, na Sala Aprendiz, a oficina de capacitação interna “Contato: encontro entre arte, palavra e escuta”, ministrada por Daniella D’Andrea, contadora de histórias, atriz e professora de Artes Cênicas. Destinado a educadores, produtores e colaboradores do Programa Aprendiz Musical, o workshop teve como objetivo criar um espaço de reflexão coletiva e colaborativa sobre concepções e desafios para trabalhar a arte como campo de conhecimento dentro das escolas na contemporaneidade.

“Assim como o Aprendiz acontece dentro da escola e fora, em algumas atuações, as histórias podem acessar outras formas de sentir, de imaginar. Na minha experiência como educadora, a percepção é que há uma variação de três ingredientes entre as escolas: tempo, lugar e pessoas”, explica Daniella.

A professora interagiu com os presentes a partir de algumas histórias e buscou entender o que todos captaram a partir da narrativa. Entre elas, algumas pessoais, como quando seu filho tinha três anos e ela descobriu que ele era autista. A família resolveu se mudar para que ele tivesse uma qualidade de vida melhor, em uma casa, ao invés de apartamento. “Fomos para São Pedro da Serra e fiquei trabalhando como professora. Só tinham duas escolas e foi a primeira vez que entendi o que era uma comunidade, no sentido comunitário. Ter uma boa reputação com o entorno é muito importante. As relações eram muito próximas e estabelecer uma conexão de confiança foi muito importante. Vivi uma experiência muito legal”.

Conversas, exercícios e histórias foram usados para promover trocas de saberes, a partir de uma metodologia inspirada nas estratégias dos narradores de tradição oral que mobilizam relações de encontro e escuta ativa em seus trabalhos. Foram utilizadas, ainda, as analogias dos contos filosóficos para criar um momento de percepção interna e partilha a começar da própria experiência pessoal dos educadores. Conceitos sobre a ‘escola e o escolar’ e concepções de ensino da arte foram também brevemente compartilhados. A ideia é que nessa vivência cada participante possa elaborar uma intenção pessoal e singular para o seu trabalho que o ajude a ‘observar os passos’ da sua prática para aprimorá-la sempre que necessário. 

“É importante a proximidade com alunos. Saber o que eles querem ouvir em relação à música. O repertório pode aproximar alunos e professores”, diz Antônio Macalão, professor de percussão e iniciação musical do Programa Aprendiz.

“Foi um dia muito interessante. Trocamos experiências sobre a escola e a arte na escola. Também contamos e ouvimos histórias de vida e de tradição oral, que se comunicam com a gente através de um outro desenho, através da imagem, da nossa essência criativa. O objetivo de tudo isso foi não apenas proporcionarmos um espaço de reflexão sobre o nosso fazer como educadores neste momento das escolas, do mundo, da juventude, mas também descobrirmos outros canais de comunicação e de percepção, tão importantes quando se trabalha com arte. Foi um prazer poder contribuir com este programa que, há 22 anos, heroicamente existe na cidade de Niterói”, finaliza Daniella.

O Aprendiz Musical – programa de desenvolvimento social, por meio da arte –, é uma iniciativa mantida pela Prefeitura de Niterói, por meio da Secretaria Municipal de Ações Estratégicas e Economia Criativa, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação.

Sobre Daniella D’Andrea

É contadora de histórias, atriz e professora. É mestre em educação pela UFRJ na linha de pesquisa currículo e linguagem. Foi professora de Artes Cênicas do Colégio Pedro II e Fórum Cultural. É professora de Arte da SEEDUC-RJ. Contadora de histórias que pesquisa e narra contos filosóficos da tradição oral de todas as culturas há mais de 25 anos. Estudou com as mestras Nicia Grillo e Inno Sorsy e complementou sua formação com narradores como Geeta Ramajunan, Regina Machado, François Moise Bamba, Gislayne Mattos. Participa como convidada em espetáculos e oficinas de festivais nacionais e internacionais de narração como: o Encontro Internacional de contadores de histórias Boca do Céu (SP); Fil de Histórias (RJ); ECOH – encontro de contadores de histórias de Londrina (PR); Candeia (BH); Programa Cuentan/Fundacion Williams (Argentina); Faculdade da Imaginação (SESC SP). Dedica-se ao uso da arte integrada, das histórias e do ato de falar e ouvir como recurso em contextos de vulnerabilidade social e em manifestações culturais de base comunitária. É o caso dos projetos: “Cateretê Nas Artes (FME-Niterói); Vidas Paralelas (UnB); Escolas de Cinema CINEAD (UFRJ); “Refugiados” (TV Futura); “Entre o Som e o Silêncio” (Fluxo audiovisual/SMC Niterói). Seus últimos trabalhos são a performance narrativa para adultos “A arte de governar a si mesmo” com direção de Warley Goulart e “Mapa: histórias e caminhos” selecionado pelo edital SESC Pulsar 2022.

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